Neste episódio, Cristina Sá Valentim fala com a antropóloga Sara Morais sobre o seu novo livro Sons do Império, vozes do Cipale: canções cokwe e memórias do trabalho forçado nas Lundas, Angola, publicado em 2022, pela Fundação Dr. António Agostinho Neto (FAAN), Luanda. Este livro corresponde à sua tese de doutoramento que em 2020 venceu a 3ª edição do Prémio Internacional de Investigação Histórica «Agostinho Neto», organizado pela FAAN, em conjunto com o Instituto Afro-Brasileiro de Educação Superior (IABES) e a UNESCO. Vários assuntos foram abordados durante a conversa, entre os quais a ideia de “autenticidade africana” e processos de patrimonialização; a questão da reparação histórica e métodos de pesquisa; a produção colonial e contemporânea de música popular cokwe; a complexidade das relações coloniais de poder e as questões da agencialidade e da resistência; e a relevância em estudar arquivos sonoros/musicais enquanto documentos históricos.
Autora em Destaque
Cristina Sá Valentim é antropóloga social-cultural e doutora em Sociologia pelo programa “Pós-Colonialismos e Cidadania Global” do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Os seus principais interesses de investigação incluem o colonialismo português tardio, trabalho forçado, música popular angolana, património, ecologia cultural, estratégias identitárias, história da antropologia e humanidades digitais. Atualmente é Investigadora Auxiliar no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, no Grupo de Investigação “Impérios, Colonialismo e Sociedades Pós-Coloniais”.
Entrevistadora
Sara Morais é doutora em Antropologia Social pela Universidade de Brasília e, atualmente, é pesquisadora de pós-doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenadora do Comitê de Estudos Africanos da Associação Brasileira de Antropologia. Suas pesquisas nos últimos anos têm abordado os seguintes temas: patrimônio cultural imaterial no Brasil e no continente africano; processos de construção da nação em África; expressões musicais e nação; política cultural e processos de patrimonialização; formação e fluxos de grupos chopes em Moçambique e festivais culturais no continente africano.